Conviver com uma doença de pele não é nada fácil e a dermatite atópica é uma das mais comuns. De acordo com o Hospital Israelita A. Einstein, o problema atinge mais de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil, podendo surgir ainda na infância e continuar por toda a vida adulta. Para conviver bem com a dermatite, além de fazer o acompanhamento regularmente com o dermatologista, também é importante seguir à risca uma rotina de cuidados com a pele, usando produtos específicos e praticando hábitos diários para evitar possíveis crises. Quer saber mais sobre essa complicação? O DermaClub conversou com a Drª Tatiane Curi, de São Paulo, que contou todos os detalhes da doença.
1. O que é a dermatite atópica?
A dermatite atópica é uma doença que se manifesta na pele ou sua extensão - como no couro cabeludo - que está associada a problemas alérgicos, como a asma, rinite e bronquite. A dermatologista explica que o problema possui uma história crônica com períodos de crises e outros de melhora das lesões. “O paciente com dermatite atópica tem uma reatividade a algumas substâncias e isso pode estar relacionado a fatores genéticos e imunológicos”.
2. Qualquer pessoa pode ter dermatite atópica? Conheça as causas
Qualquer pessoa pode desenvolver dermatite atópica. Entretanto, a doença é mais frequente em pessoas com rinite, bronquite, asma e urticária. Também existe uma predisposição genética quando os pais do paciente possuem a doença. Dentre as causas principais, além da herança familiar, podemos ressaltar os fatores imunológicos, alterações metabólicas e fisiológicas.
3. Sintomas da dermatite atópica
Quem tem dermatite atópica apresenta os seguintes sintomas:
- Placas vermelhas e descamativas, extremamente pruriginosas e muitas vezes localizadas em superfícies de dobras como dobra do braço e das pernas;
- Nas crianças, pode acometer o rosto, principalmente testa e bochechas;
- A pele fica bastante ressecada;
- Com manchas brancas (chamada de pitiríase alba);
- Bolinhas vermelhas nas laterais dos braços (queratose pilar);
- Escurecimento das pálpebras com marcação das linhas nesta região;
4. Quais são os tipos de pele mais atingidos por essa doença?
A pele mais ressecada, desidratada e com alteração no microbioma possui uma probabilidade maior de ter dermatite atópica. A médica explica melhor o motivo: “A região desidratada vai levar a um desbalanço na quantidade e diversidade de microrganismos bons na superfície cutânea. Com isso, a pele ficará mais predisposta a infecções secundárias tanto bacterianas quanto fúngicas, apresentando uma chance maior de desenvolver os sintomas da doença”.
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5. A dermatite atópica tem cura?
A dermatite atópica não tem cura, mas a Drª Tatiane garante que existe controle. Para viver bem com essa doença, é importante ter um acompanhamento com um dermatologista. Com essa ajuda, as crises podem se tornar bem menos frequentes e com intensidade bem menor.
6. A doença pode ser evitada?
A profissional afirma que a dermatite ainda não pode ser evitada de aparecer. Por outro lado, conseguimos prevenir suas crises e recidivas. Basta seguir uma rotina de cuidados com a pele bastante criteriosa e tudo vai dar certo! “É importante usar produtos com pH é mais perto do pH da pele, o uso constante de hidratantes específicos com ativos calmantes, anti-inflamatórios e prebióticos. O uso de probióticos orais também é uma boa indicação para evitar as recidivas frequentes e diminui muito o uso de antibióticos e corticoides nesses pacientes”.
7. O que pode causar uma crise de dermatite atópica?
A dermatite atópica é uma doença crônica que pode ser influenciada por inúmeros fatores. entre eles, podemos ressaltar: “Quadros infecciosos, alterações imunológicas específicas, estresse e outros fatores emocionais, clima frio - principalmente durante o inverno - e o uso de esfoliantes”, listou.
8. Quais são os principais tratamentos para a dermatite atópica?
A boa notícia é que existem vários tratamentos para o controle da dermatite atópica: cuidados gerais como o uso de hidratantes e produtos sem alergênicos, orientações de banhos rápidos, mornos e com géis de limpeza suaves ou até géis de banhos. A fototerapia também é eficaz em alguns tipos de pacientes e atualmente alguns medicamentos imunobiológicos e probióticos orais são úteis e às vezes necessários.
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Produtos que podem ajudar no tratamento da dermatite:
- Água Termal;
- Hidratantes prebióticos;
- Loção de limpeza;
9. Pode-se usar creme de ureia no tratamento da dermatite atópica?
A ureia é conhecida como um ativo super hidratante e muita gente pensa que é uma boa opção para o tratamento da dermatite atópica. No entanto a Drª Tatiane não recomenda esse cuidado para quem apresenta essa doença: “Em muitos pacientes com lesões inflamatórias, eczematizadas e em peles muito sensibilizadas, ela pode causar ardor e desconforto”.
10. Como controlar as lesões? 8 cuidados para quem tem dermatite atópica
1) Tomar banhos mornos e rápidos;
2) Não usar buchas ou esfoliantes na pele;
3) Lavar a pele com loções de limpeza suaves;
4) Hidratar a pele sempre com produtos específicos para quem tem dermatite atópica com substâncias emolientes, lubrificantes, anti-inflamatórias e prebióticas;
5) Usar roupas de algodão e mais larguinhas, pois o suor e o atrito pode piorar a coceira;
6) Lavar as roupas com sabão e não com detergente. Esses produtos contém partículas que podem irritar a pele;
7) Em crianças, é importante manter as unhas limpas e bem cortadas para evitar a manipulação e piora das lesões;
8) A casa do paciente deve ser limpa, sem poeira, com poucas cortinas, lençóis de algodão e poucos elementos que retenham ácaros.
*Os dermatologistas especialistas são consultados como fontes jornalísticas e não se utilizam deste espaço para a promoção de qualquer produto ou marca. Para saber qual é o tratamento ideal para a sua pele, consulte um dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Publicada em: 16 de Setembro de 2019
Modificada em: 22 de Julho de 2021

Palavra do Dermatologista
Dra. Tatiane Curi
CRM: 108107
Medica, Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Especializada em Cosmiatria pela Universidade de Santo Amaro, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Associacao medica Brasileira. Também é sócia efetiva da sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatologia. Além disso, é medica do corpo clinico do Hospital Sírio Libanes - SP.
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