A dermatite é uma inflamação na pele que pode acometer vários lugares do corpo e causar incômodos, como coceira, vermelhidão e descamação. Existem diversos tipos da doença, dentre elas, podemos citar a atópica e seborreica. Você sabe a diferença entre as duas? O DermaClub convidou a dermatologista Tatiane Curi, de São Paulo, para esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto. Veja só!
Entenda o que é a dermatite atópica e quais as suas características
De acordo com a médica, a dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de alergia na pele. “É uma doença de predisposição genética, com caráter crônico - o que significa que não tem cura e sim controle. Ela é frequentemente associada à asma ou rinite alérgica e tem manifestações clínicas variáveis, além de não ser contagiosa”, explicou.
As principais características do problema são uma pele muito seca, com inflamação, sensação de coceira e vermelhidão, podendo levar ao desenvolvimento de ferimentos. O surgimento da dermatite atópica é mais comum nas áreas de dobras dos braços e atrás dos joelhos. “Geralmente, trata-se de um quadro inflamatório da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. A coceira intensa, muitas vezes, leva à infecção das lesões, principalmente em crianças. O quadro pode ser dividido em fase infantil (até dois anos de idade), fase pré-puerperal (até 12 anos aproximadamente) e fase adulta.”, esclareceu a dermatologista.
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Conheça a dermatite seborreica e saiba distinguir seus sintomas
A dermatite seborreica também é uma doença inflamatória e crônica. Ela pode ser dividida em dois tipos: pediátrica - que possui um período determinado - e adulta - que pode durar anos. “Na infância, a característica principal da doença é a descamação do couro cabeludo, podendo apresentar escamas brancas ou amareladas, aderentes e que variam em extensão. Ela também pode acometer a face e áreas de dobras - como atrás da orelha, pescoço, axilas e até a região da virilha. Já no adulto, os sintomas da doença variam, desde vermelhidão até bolinhas vermelhas, com sintomas de coceira e descamação no rosto e no couro cabeludo. Alguns pacientes podem desenvolver o problema no tórax, barba e sobrancelhas”, afirmou.
Segundo a Dra. Tatiane, a doença se forma por predisposição genética e geralmente em áreas do corpo ricas em produção de sebo. “Além disso, algumas doenças específicas, como o HIV e quadros neurológicos, acabam desenvolvendo uma dermatite seborreica mais agravante”, disse.
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É possível prevenir a dermatite atópica e a dermatite seborreica
Ambos os problemas podem ser minimizados através de cuidados específicos: “para diminuir o aparecimento de dermatite atópica, o paciente deve ser orientado a hidratar bem a pele com dermocosméticos que mantenham o seu manto hidrolipídico - camada de proteção da pele -, tomar banhos mornos e rápidos, além de lavar o corpo com sabonetes indicados para a pele sensível e que não agridam a região. Já a dermatite seborreica pode ser aliviada com a limpeza adequada das áreas seborreicas com produtos que removam o excesso de oleosidade sem irritar”, indicou.
Como é o tratamento de cada uma delas?
Quando não podemos evitar as crises desses tipos de dermatite, o tratamento deve ser realizado. No caso da atópica, nas fases agudas com maior incidência de coceira e inflamação, o cuidado deve ser feito com corticoides orais e tópicos e a hidratação da pele, deve ser feita diariamente. A Dra. Tatiane explica que, “atualmente, existem produtos específicos para peles atópicas com alta concentração de emolientes, com a combinação de água termal e ativos que preservam o manto hidrolipídico e diminuem a perda de água por essa camada”, disse.
Já quem sofre com a dermatite seborreica já deve ter procurado maneiras de como acabar com a caspa, às vezes sem sucesso. No entanto, ela pode ser tratada, na maioria dos casos, através de sabonetes com alguns tipos de ácidos ou uso de shampoo para dermatite seborreica, os chamados shampoo anticaspa. “Em situações mais agravantes, o uso tópico de corticoides alivia a coceira e a vermelhidão na fase inflamatória. Antifúngicos orais também podem ser associados em casos mais extensos e de difícil controle”, concluiu.
Além dos cuidados com a pele, não podemos esquecer que essa doença atinge principalmente o couro cabeludo. Portanto, inclua em seu tratamento um shampoo com ação intensiva anticaspa que ajude a controlar a oleosidade da região e evitar o reaparecimento dos flocos brancos. Aposte em um produto com ativos antifúngicos, como o piroctona olamina + glycacil, e prefira uma formulação que não resseque os cabelos.
Outro cuidado importante para manter esses dois tipos de dermatite bem controlados é manter o equilíbrio do microbioma - conjunto de microrganismos (principalmente bactérias e fungos) que habita algumas áreas do nosso corpo, inclusive a pele. Esse equilíbrio ajuda a prevenir a instalação de microrganismos patogênicos - causadores de doenças - e preservar fatores importantes, como o pH, para conservar a integridade da barreira cutânea e evitar inflamações.
*Os dermatologistas especialistas são consultados como fontes jornalísticas e não se utilizam deste espaço para a promoção de qualquer produto ou marca. Para saber qual é o tratamento ideal para a sua pele, consulte um dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Publicada em: 19 de Março de 2018
Modificada em: 19 de Maio de 2022

Palavra do Dermatologista
Dra. Tatiane Curi
CRM: 108107
Medica, Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Especializada em Cosmiatria pela Universidade de Santo Amaro, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Associacao medica Brasileira. Também é sócia efetiva da sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatologia. Além disso, é medica do corpo clinico do Hospital Sírio Libanes - SP.
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