Quem convive com a seborreia, também chamada de dermatite seborreica, sabe o quanto a caspa no cabelo pode ser incômoda. Além do desconforto estético, os sintomas dessa condição podem afetar a qualidade de vida e a autoestima, especialmente no inverno, época em que seborreia fica mais intensa. Quer saber os motivos para a piora nessa estação? O DermaClub conversou com a dermatologista Carolina Marçon para esclarecer essa questão e tirar outras dúvidas sobre o tema. Confira!
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Dermatite seborreica: o que é?
Seborreia e dermatite seborreica, na verdade, são nomes diferentes para um único problema. “é uma condição dermatológica que é geneticamente determinada e que é caracterizada pela inflamação no couro cabeludo”, explica Dra. Carolina. A inflamação pode gerar sintomas como descamação, vermelhidão e hipersensibilidade na área afetada. é importante lembrar ainda que a doença não é contagiosa!
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A seborreia tem cura?
Segundo a dermatologista, a doença não tem cura: “é uma condição crônica, que não tem cura, evoluindo com períodos de melhora e piora, tanto na região da face quanto do couro cabeludo. Na verdade, ela é mais comum no couro cabeludo porque tem uma quantidade muito grande de glândula sebácea, mas pode atingir outras áreas, como a sobrancelha e o canto do nariz”.
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Por que a dermatite seborreica é mais intensa no inverno?
Acredite se quiser: a culpa da caspa no couro cabeludo piorar no inverno não é do frio! A médica explica: “No inverno, a doença piora por causa do banho quente. As pessoas têm uma tendência de usar a água mais quente para lavar o cabelo. Isso piora a inflamação e favorece o aumento da oleosidade, pois a pele produz mais óleo como um mecanismo de defesa pela eliminação da barreira de proteção pela água quente. A junção do óleo com a inflamação pode exacerbar a dermatite seborreica. Outros fatores que facilitam a exacerbação são o estresse e o consumo de bebidas alcoólicas”.
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é possível ter seborreia no rosto?
Como a gente já disse anteriormente, é possível ter dermatite seborreica no rosto, geralmente em áreas próximas do couro cabeludo ou que concentram muita oleosidade. Locais como pálpebras, atrás das orelhas e até mesmo o tórax podem ser afetados pela seborreia, causando coceira, leve vermelhidão e escamas amarelas ou brancas.
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Como evitar a dermatite seborreica?
Apesar de ser uma doença crônica e que não tem cura, é possível tomar algumas atitudes para evitar o desencadeamento de crises de seborreia. “Quem tem dermatite seborreica deve evitar os fatores de piora, como bebidas alcoólicas e estresse, evitar lavar a cabeça com água muito quente e evitar dormir de cabelos molhados. Usar boné também não é bom, pois aumenta o calor e a umidade no couro cabeludo, que permitem a manifestação de fungos e causam um ciclo vicioso: os fungos exacerbam a dermatite e ela, por sua vez, facilita a proliferação de fungos”, alerta Dra. Carolina.
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Como é o tratamento da seborreia?
Essa é uma pergunta complexa pois, segundo a dermatologista, o tratamento depende diretamente da intensidade da doença. “Dermatites mais leves podem ser tratadas com shampoos com ácido salicílico, que tem ação anti-inflamatória, além de adstringentes, antifúngicos tópicos, esfoliação do couro cabeludo e outras substâncias que controlam a oleosidade. As formas mais intensas geralmente são tratadas com corticoides de uso tópico, outros anti-inflamatórios adstringentes e antifúngicos”, informa a médica.
Porém, quanto à seborreia no rosto, o tratamento é diferente. “Na pele, o que a gente mais usa para tratar são os imunomoduladores com ação anti-inflamatória, antifúngicos e outras substâncias que controlam a oleosidade. Em casos mais graves, pode ser instituído um tratamento sistêmico com retinoides, isotretinoína e alguns antifúngicos por via oral”, finaliza a dermatologista.
*Os dermatologistas especialistas são consultados como fontes jornalísticas e não se utilizam deste espaço para a promoção de qualquer produto ou marca. Para saber qual é o tratamento ideal para a sua pele, consulte um dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Publicada em: 30 de Agosto de 2021
Modificada em: 30 de Agosto de 2021